"Quando vocês tiverem mais vontade de tirar essa aliança do dedo, é o momento em que vocês não devem tirar. É sinal da presença de Deus no casamento".
Essas palavras ficaram gravadas em meu coração e, ao longo desses anos, foram uma âncora nos momentos de desafio.
O significado das alianças no matrimônio
A aliança é um dos símbolos mais marcantes do matrimônio cristão. Seu formato circular, sem começo nem fim, representa a eternidade do amor entre os cônjuges e a fidelidade mútua que assumem diante de Deus. No sacramento do matrimônio, a troca das alianças não é apenas um costume social, mas um gesto carregado de significado espiritual, representando a entrega total entre os esposos e a presença de Deus na união.
O sacramento do matrimônio na Igreja Católica
O matrimônio, na tradição católica, não é apenas um contrato humano, mas um sacramento instituído por Deus. Ele representa a união entre Cristo e a Igreja, como ensina São Paulo na Carta aos Efésios:
"Por isso, o homem deixará seu pai e sua mãe e se unirá à sua mulher, e os dois serão uma só carne" (Efésios 5,31).
O Catecismo da Igreja Católica confirma essa verdade ao afirmar:
"A aliança matrimonial, pela qual um homem e uma mulher constituem entre si uma íntima comunidade de vida e de amor, foi fundada e dotada de suas leis próprias pelo Criador. [...] Deus mesmo é o autor do matrimônio" (CIC 1603).
Ao unir-se no sacramento do matrimônio, o casal não está apenas assumindo um compromisso diante da sociedade, mas aceitando um chamado divino para uma vida de amor, fidelidade e abertura à geração de filhos.
"O que Deus uniu, o homem não separe"
No Evangelho de São Mateus, Jesus reforça a indissolubilidade do matrimônio:
"Assim, já não são dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus uniu, o homem não separe" (Mateus 19,6).
Essa passagem reafirma que o casamento é uma aliança sagrada, que deve ser preservada com zelo e dedicação. As dificuldades e desafios fazem parte da jornada, mas é nesses momentos que a fé e a presença de Deus se tornam ainda mais essenciais.
A aliança como sinal da presença de Deus
As palavras do Padre Antônio Furtado foram sábias: o momento em que se sente vontade de tirar a aliança do dedo é o momento em que se deve segurá-la com mais força. Isso porque o casamento não é apenas um sentimento, mas uma decisão diária de amar, respeitar e cuidar um do outro.
Nos tempos difíceis, a aliança no dedo nos lembra da promessa feita no altar e do compromisso de perseverar no amor, com a graça de Deus. Assim como Cristo nunca abandona sua Igreja, os esposos são chamados a não desistir um do outro.
A vida matrimonial e a graça do sacramento
O matrimônio é um caminho de santificação. Ao longo dos anos, os desafios surgem, mas cada dificuldade superada em conjunto fortalece o vínculo entre os cônjuges e os aproxima ainda mais de Deus. O amor conjugal, quando vivido segundo o plano divino, torna-se um reflexo do amor de Deus pela humanidade.
O Catecismo da Igreja ensina que:
"O amor conjugal exige dos esposos, pela sua própria natureza, uma unidade e uma indissolubilidade inabaláveis" (CIC 1644).
Isso significa que o casamento deve ser vivido com generosidade, paciência e confiança na providência divina.
O poder da oração no casamento
Uma das formas mais eficazes de manter a presença de Deus no casamento é a oração. Casais que rezam juntos fortalecem sua espiritualidade e encontram forças para enfrentar os desafios da vida matrimonial. Orar um pelo outro, agradecer pelas bênçãos e pedir sabedoria para superar dificuldades são práticas que nutrem o amor e a união.
Ao olhar para trás e ver tudo o que vivemos nesses 20 anos de casamento, percebo como Deus esteve presente em cada detalhe. A aliança em meu dedo não é apenas uma joia, mas um lembrete diário do amor e compromisso assumidos diante de Deus. E que grande graça é poder dizer, com o coração cheio de gratidão:
"O que Deus uniu, o homem não separe"!
Que este texto inspire outros casais a enxergarem a beleza do matrimônio como um chamado divino e a perseverarem na fé, no amor e na aliança sagrada que os une. Afinal, o verdadeiro amor não se baseia na ausência de dificuldades, mas na decisão diária de amar, independentemente das circunstâncias.
Amar é uma DECISÃO!